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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cachoeira negociou contrato milionário com funcionário do DF

Novas gravações feitas pela Polícia Federal indicam que o diretor financeiro e administrativo do DFTrans (órgão que gerencia o transporte público do governo do Distrito Federal), Milton Martins de Lima Junior, negociou com o grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a concessão para a bilhetagem eletrônica de ônibus. Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo” desta quinta-feira, o contrato do negócio chegaria a R$ 60 milhões por mês, valor que despertou a cobiça do bicheiro.
A PF, que interceptou os diálogos na operação Monte Carlo, suspeita de pagamento de propina, o que o diretor da DFTrans nega. Segundo “O Estado de S.Paulo”, o objetivo do grupo era firmar sociedade com a Delta Construções, empresa suspeita de participação no esquema, para conseguir o contrato.
Numa das conversas obtidas pelo jornal, de junho de 2011, Cachoeira orienta o aliado Gleyb Ferreira da Cruz a negociar o contrato. "Pois é, porra! Tem que fazer contratar direto a Delta... tem que pôr o Cláudio amanhã com o Milton, entendeu?".
Em outra conversa, gravada dia 14 de junho do ano passado, Gleyb diz a Cachoeira que aguarda Milton para um jantar. "Tem que chamar o cara, porque esse cara tem que tá junto... Fala assim, ó, não, a Delta tem interesse...", comenta Cachoeira.
"A gente puxa o negócio lá e a Delta é que faz o serviço", responde Gleyb, que, após o encontro, fala ao chefe sobre o resultado da conversa:
"O Milton, ele topa, num tem problema não, agora tem que ver... a porcentagem que eu falei com ele... que eu falei pra gente fazer gestão cinquenta/cinquenta e a gente usaria a nossa empresa usando a tecnologia da EB no negócio".
Segundo o jornal, Cachoeira diz no dia seguinte que Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta em Goiás e a quem o bicheiro passou informações sobre investigações sigilosas, avaliará se entra no negócio, que poderia ser realizado sem licitação.
O DFTrans ainda não definiu qual será a nova parceira para a bilhetagem.
Ao jornal, Martins disse que não negociou propina para a bilhetagem e negou conhecer Cachoeira. Afirmou não se recordar de ter conversado com Gleyb e que nunca negociou facilidades.
- Nunca falei isso com ninguém, É uma grande injustiça, vou provar minha inocência. Nunca prometi nada a ninguém.
Demóstenes e Cachoeira planejavam se aproximar do Planalto
Também nesta quinta-feira, o site da revista “Época” revela que o senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM) e Cachoeira planejavam se aproximar do Palácio do Planalto. Numa das gravações em que a revista teve acesso, do final de abril de 2011, o bicheiro pede que o senador aceite o convite para trocar o DEM pelo PMDB. Desta forma, Demóstenes passaria para a base aliada e se aproximaria da presidente Dilma Rousseff.
“E fica bom demais se você for pro PMDB... Ela quer falar com você? A Dilma? A Dilma quer falar com você, não?”, pergunta Cachoeira.
Demóstenes responde: “Por debaixo, mas se eu decidir ela fala. Ela quer sentar comigo se eu for mesmo. Não é pra enrolar”.
Cachoeira se empolga: “Ah, então vai, uai, fala que vai, ela te chama lá”.
Demóstenes acata a recomendação, mas a mudança de partido não se concretizou. Segundo a revista, as gravações mostram que um dos objetivos para o troca-troca era estar mais bem situado para ajudar o esquema de Cachoeira.
A assessoria do Palácio do Planalto afirma que a presidente, Dilma Rousseff, não falou com Demóstenes desde que assumiu a Presidência.
Da Agência O Globo

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