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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Chefe de gabinete de Agnelo Queiroz pede demissão

Cláudio Monteiro, o chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, resolveu pedir demissão na noite desta terça-feira. Integrantes da organização do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foram flagrados em conversa sobre pagamento de propina e concessão de um telefone especial para Monteiro. Em um dos diálogos interceptados pela Polícia Federal, o grupo promete dinheiro também para Marcelo Lopes, ex-assessor especial da Casa Militar do DF, conforme revelou nesta terça o Jornal Nacional, da TV Globo. Os diálogos estão no inquérito sobre a exploração ilegal de caça-níqueis, jogo do bicho e fraudes em licitações entre outros crimes imputados a Cachoeira.
Cláudio Monteiro disse ao GLOBO que resolveu se afastar para se defender das acusações, que segundo ele são falsas. Ele se disse tranquilo com relação à denúncia.
"Eu vivo a situação da mulher de (Júlio) César. Não basta ser sério, tem que parecer sério. E mais ainda, no meu caso eu ainda tenho que provar que sou sério", afirmou o ex-chefe de gabinete de Agnelo.
Entre as conversas gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial está um diálogo entre Cláudio Abreu, ex-diretor regional da construtora Delta, e o sargento da reserva da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, dois dos principais integrantes da organização de Cachoeira. Em janeiro do ano passado, Abreu ligou para Dadá para conversar sobre nomeação para o comando do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), no começo do governo Agnelo. A Delta estava interessada em ampliar os contratos com o SLU.
"O Marcelão tá aqui comigo, entendeu? Veio agora de uma reunião com o Cláudio Monteiro. Ele tava falando o seguinte: que é ideal você dar um presente pro cara antes. A nomeação vai sair na terça-feira no Diário Oficial", diz Dadá.
Marcelão seria Marcelo Lopes, que até o início do escãndalo era assessor da Casa Militar. Impaciente, Abreu, um dos executivos mais importantes da sétima maior construtora do país, manda Dadá resumir logo a conversa.
"O que que é prá dar prá ele?", pergunta.
Dadá não tem dúvidas sobre o que está em jogo.
"Dá o dinheiro pro cara, meu irmão", sugere.
Dadá é apontado pela Polícia Federal como um dos prepostos de Cachoeira encarregado de cooptar agentes públicos para a organização do bicheiro. Abreu ouve a sugestão e faz uma oferta.
"Faz o seguinte: vamos dar vinte mil prá ele e cinco mil por mês. Pronto. Vinte mil prá ele agora e cinco mil por mês. Entendeu?", diz.
Dadá reafirma que o "Marcelão" permanece ali e que os dois vão conversar sobre o assunto. Cláudio Monteiro, um dos mais influentes assessores de Agnelo, seria o responsável pela indicação de João Monteiro para o comando do SLU, área cobiçada pela Delta. Cláudio Monteiro confirmou contatos com Dadá, mas negou que tenha recebido dinheiro ou mesmo participado da indicação de dirigentes do SLU.
"Não recebi e nem providenciei a nomeação. Eu não tenho nada, absolutamente nada com isso", disse Monteiro à Jornal Nacional.
Numa outra conversa interceptada pela polícia, Dadá e Cachoeira falam em entregar rádios para Cláudio Monteiro e Marcelo Lopes. A organização acreditava que rádios Nextel seria à prova de grampo. O grupo chegou até a criar o Clube Nextel, um seleto grupo de cúmplices de Cachoeira que só falam entre si com o rádio habilitado nos Estados Unidos. Da Agência O Globo

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