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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Demóstenes Torres diz que não vai renunciar ao Senado

Antes tão combativo, agora o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) comparece no Senado de forma sorrateira. Ele esteve nesta quarta-feira cedo na Casa, marcou presença no painel do plenário, onde não foi visto, e conversou com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a quem disse que é inocente e não renunciará ao mandato. Mas uma trinca de senadores petistas, formada por Wellington Dias (PI), Humberto Costa (PE) e José Pimentel (CE), já se prepara para assumir o papel de algoz de Demóstenes no Conselho de Ética.
Já os senadores do PMDB, que, como disse o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), não têm tradição de investigação, podem poupar o senador goiano. O partido ainda tentava nesta quarta-feira convencer o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) a assumir a presidência do Conselho de Ética, ocupada interinamente por Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).
Senadores do PMDB resistem a presidir conselho

Um peemedebista que assumisse a presidência do conselho não teria mais que abrir o processo por quebra de decoro contra Demóstenes, pois Valadares já tomou essa decisão, ao aceitar o pedido do PSOL. Mesmo assim, Renan ainda tem dificuldades para preencher o posto que, por direito, é do PMDB, partido com maior bancada na Casa.
Demóstenes chegou ao Senado por volta das 11h, quando ainda não havia sessão no plenário, mas apenas nas comissões temáticas - o que permite que ele marque presença sem ser visto por colegas e jornalistas. Entrou por uma porta lateral e foi direto para a presidência do Senado, onde conversou cerca de 15 minutos com Sarney.
- Ele veio me comunicar que vai se defender, que é inocente. E achou importante comunicar a mim e aos outros senadores -, disse Sarney.
O Senado tem pelo menos cinco entradas espalhadas pelo prédio, e Demóstenes tem enviado funcionários para checar quais estão livres, sem a presença de jornalistas, antes de chegar. Depois de conversar com Sarney, o senador marcou presença no plenário e foi para seu gabinete, onde ficou até o final da manhã.
Demóstenes foi notificado nesta quarta-feira da abertura do processo por quebra de decoro parlamentar e terá dez dias úteis para apresentar defesa prévia. Esse é o primeiro passo para a cassação do mandato, se ele for considerado culpado. O senador é acusado de atuar como operador político do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Além da gravidade das conversas telefônicas com o bicheiro, que indicariam tráfico de influência, senadores dão o caso de Demóstenes como perdido devido ao abismo entre a sua postura pública, “um Catão”, (senador da Roma antiga) e suas supostas práticas ilícitas. O sentimento predominante entre os senadores é o de que foram ludibriados por Demóstenes.
Nesta quinta-feira, o Conselho de Ética faz mais uma reunião. Além de sortear o relator do processo, os integrantes devem votar um requerimento do PT para que a Procuradoria Geral da República envie os autos da Operação Las Vegas, da Polícia Federal, concluída em 2009.
O conselho aprovou na terça-feira requerimento solicitando novamente ao STF os autos da Operação Monte Carlo, também da PF. O STF negou, na segunda-feira, o pedido, porque as informações estão sob segredo de Justiça. Sem acesso aos autos, a atuação do conselho fica limitada.
O argumento dos petistas é que, em 2000, o STF enviou os autos, que também eram sigilosos, do inquérito que investigava denúncia de desvio de verba do BNDES pelo então senador Luiz Otávio (PPB-PA). Da Agência O Globo

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