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quarta-feira, 11 de abril de 2012

ICHU-BA: Em situação de emergencia, seca castiga os animais e município encolhe

Desde o ano passado em Situação de Emergência decretada pelo ex-prefeito Carlos Santiago, mas até o momento sem receber ajuda dos governos estadual e federal, o município de Ichu pede socorro por conta da longa estiagem.
Localizado na região sisaleira, o municipio está com 90% de suas reservas hídricas secas e, nessa situação, a estiagem atinge o homem e os animais
Sem alimentação e água para beber, os animais são os mais atingidos, caindo nos pastos sem força para caminhar, num quadro comovedor, já que é terrível vê-los sofrer e sem perspectiva de solução. Em algumas localidades os rebanhos estão sendo alimentados com a batata de sisal e o mandacaru que ainda existe, uma vez que o plantio de palma é escasso na região.
Município encolhe  
Com uma área territorial de 128 Km2 -, Ichu já foi um dos principais produtores de leite da região de Feira de Santana, mas a sua pecuária enfrenta uma crise muito grande e a produção está parada.
Os reflexos desse fenômeno climático, que tem atingido o município nas ultimas décadas com muito rigor, são palpáveis do ponto de vista socioeconômico. O município, que chegou a ter 9.915 habitantes em 1996, conta, hoje, com apenas 5.269 moradores. Deste total, 3.365 residem no perímetro urbano e 1.904 na zona rural.
O prefeito em exercício José Dias Portugal que esteve nesta segunda-feira (9) observando a limpeza de aguadas, não esconde sua preocupação com a seca.  “A frágil economia do município está acabada e não há emprego para ninguém. A prefeitura que tem como principal receita o repasse de 0.6 do FPM, não tem como atender às necessidades da população na medida em que o quadro vai se agravando”.
A esperança do prefeito está em uma possível ajuda do governo do Estado. José Dias disse que todo o município sofre com a estiagem e em várias áreas já não existe qualquer reserva hídrica, citando como exemplo as localidades de Casa Nova, Tolda, Mumbuca, Licuri, Laranjo e Bouqueirão.
Pior seca
O ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Adalberto Carneiro, disse que as piores secas vividas pela população ichuense foram as de 1932, 1961 e 1993, mas acredita que a atual supere essas. Ele acredita que, “se não chover, de imediato as roças poderão virar cemitério de carcaças de animais mortos”.
O secretário de Ação Social, Osvaldo Junior Carneiro, explicou que o quadro no município não está mais desesperador porque a comunidade conta com 2.200 famílias cadastradas no programa Bolsa Família, 464 agricultores assistidos pelo programa Seguro Safra, enquanto outras 150 famílias vem sendo contempladas todos os meses com cestas básicas.
Com as pastagens secas, por toda parte já se vê animais caídos, devido à fome e à sede. “É um quadro triste de se ver. Os animais no chão, sem forças para levantar e ninguém pode fazer nada. Em alguns casos os vaqueiros se reúnem e levantam o animal com a utilização de pedaço de pau que são fincados no chão para sustentá-lo, mas nem todos resistem”, revela um trabalhador entristecido.
A situação poderia ser bem pior para os criadores se não fosse à existência do sisal, que agora está sendo utilizado para alimentar os animais juntamente com o mandacaru. Do Portal Interior da Bahia – Por Pedro Oliveira – Sucursal do Sisal em Coité/Tribuna da Bahia (Foto: Pedro Oliveira).

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