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terça-feira, 1 de maio de 2012

Cachoeira negociou compra de partido em Goiás, diz PF

De Agencia Estado / R7
Definido pela mulher como "preso político", o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preparava uma ofensiva política em Goiás. Conversas interceptadas pela PF (Polícia Federal) durante a operação Monte Carlo mostram Cachoeira negociando a compra de um partido.
Os áudios da PF indicam que seria a seção goiana do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), cujo presidente nacional Levy Fidelix é citado em diversas escutas.
As conversas sobre a compra do partido começam em maio de 2011, quando Cachoeira questiona um aliado sobre a direção da legenda em Goiás. A ideia era tirar do cargo Santana Pires, presidente regional da sigla. Dois dias depois, o contraventor pede a Wladimir Garcêz que envie uma mensagem para alguém, cujo codinome entre o grupo é "nosso maior", questionando se valia a pena "pegar" o PRTB.
A PF identificou que o sargento aposentado da Aeronáutica, Idalberto Matias Araújo, o Dadá, também fazia parte da negociação. Em um grampo, Dadá diz a Cachoeira que falou com o advogado (possivelmente do partido) e que ele teria pedido R$ 300 mil.
— Já aumentou aquele valor que falei para você. Falou que era R$ 200 mil, passou para R$ 300 mil.
Cachoeira questiona.
— Tá roubando. Que garantia que tem?
— Disse que faz na hora. O presidente vem e faz tudo e vai para o TRE. Resolve tudo.
Cachoeira então quer saber quanto custa a manutenção anual do partido e Dadá diz que ele não falou sobre o assunto.
— Falou que fica com o Estado todo na mão e nomeia os municípios.
Cachoeira anima-se e diz que é para fechar o negócio por R$ 150 mil.
— Até R$ 200 mil dá para fazer. Fecha logo, mas tem que ter garantia.
Segundo a PF, em agosto o grupo continuava discutindo o assunto. No início do mês, Dadá liga para Cachoeira perguntando se ele ainda estava interessado "naquele negócio do partido?" Ele confirma e pergunta qual era a legenda. Dadá responde que é o mesmo partido do Levy, o PRTB. No dia 11, Cachoeira liga para Dadá e questiona.
— E o negócio do partido lá, o que deu?
O araponga responde.
— Uai, tá naquele lenga, lenga, o cara quer, tá lá em São Paulo, hoje mesmo ligou, querendo os nomes, mas eu sugeri aquilo que você me falou, 'ó meu irmão, é, vamos visitar lá o 01 do Estado', aí ele falou 'não', que ele ficou de ver com o cara o seguinte: se a gente mandasse um emissário nosso com os nome e se lá o cara quiser trazer a nominata, beleza, entendeu? Agora entregar os nomes e pegar a nominata no outro dia, eu falei que não tava certo. Aí ele ficou de ver lá com o Levy Fidelix, pra ver se fazia assim, pra mim te falar e mandar mensageiro lá, mandar o negão lá com esses nomes.
Cachoeira mostra-se satisfeito com a resposta e pede que Dadá verifique o andamento das negociações. Três dias depois, Dadá informa que levaria os nomes para o pessoal do partido. Cachoeira insiste para que o araponga marque uma conversa com Fidelix para "desenrolar" o assunto. As investigações não revelam se a negociação prosperou.
O R7 procurou o PRTB para falar sobre o assunto, mas ninguém foi localizado.

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