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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Declarações de Gurgel 'dão fogo' à CPI, diz presidente da comissão

O presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse nesta quinta-feira (10) em entrevista exclusiva à Folha que as declarações feitas ontem pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, colocaram "fogo" na Comissão Parlamentar de Inquérito e fizeram aumentar as chances de que ele seja convidado a se explicar na CPI.

Gurgel é criticado na CPI por conta da demora em abrir uma investigação contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e outros parlamentares. Em 2009, durante a Operação Vegas, a Polícia Federal disse ter encontrado indícios de irregularidades, mas Gurgel considerou o contrário, e nada fez até março de 2012, quando estourou outra operação também envolvendo Demóstenes, a Monte Carlo. Só então Gurgel mandou abrir um inquérito.

Ontem, em entrevista coletiva, Gurgel disse que as críticas que recebe partem de "pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão". Disse ainda que as críticas são apoiadas por pessoas que tiveram problemas com o Ministério Público ao longo da carreira, numa referência indireta ao senador Fernando Collor (PTB-AL).

"Elas [declarações] dão fogo à discussão na CPI", disse o presidente da comissão, referindo-se à possibilidade de convocação de Gurgel para depoimento.

"A pauta hoje, prioritariamente, vai ser essa questão do Ministério Público", antecipou-se Rêgo, agora há pouco. O senador disse que luta para que a CPI não "perca o foco", mas não pode deixar de considerar o papel de Gurgel em todo o caso e os reclames de parlamentares que querem ver Gurgel na lista dos depoentes na CPI, principalmente após as declarações de ontem.


O senador disse que o foco das dúvidas da CPI é a "questão administrativa", não o mérito das investigações. A CPI, segundo Rêgo, quer entender "a demora do processo entre a Vegas e a Monte Carlo".

"O foco da CPI nesta semana foi mais ardido em relação ao Ministério Público", reconheceu o senador.

Vital do Rêgo e o relator, Odair Cunha (PT-MG), vinham se esforçando para impedir a vinda de Gurgel, e por isso foram criticados por Collor. Na sessão secreta da CPI, anteontem, Collor disse que Gurgel estava pedindo ajuda à CPI para não ser convocado e disse que o comando da comissão precisa deixar os parlamentares a par das conversas de bastidor _a Folha teve acesso à íntegra do áudio da reunião sigilosa.

A hipótese de convocação de Gurgel para depoimento só será definida no próximo dia 17. Até lá, todos os requerimentos apresentados pelos parlamentares não estão sendo colocados em votação, para que a CPI se concentre na tomada de depoimentos de outros personagens da investigação.

Agora há pouco começou outra sessão secreta na CPI do Cachoeira. Os parlamentares deverão ouvir o delegado Matheus Mela Rodrigues, que coordenou a Operação Monte Carlo. Podem participar da sessão apenas parlamentares e um técnico de cada gabinete.

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