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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Distúrbio faz americana sentir prazer em comer pedras


Um caso raro, o Fantástico descobre uma mulher que come pedra. Roupa simples e sacolinha na mão. É como se estivesse indo à feira. Mas a mercadoria que ela precisa está em outro lugar: na beira da estrada. 

Tereza Lynn procura, olha, descarta. Até que encontra o que quer: uma pedra. Ali mesmo, no acostamento de uma pequena estrada do interior da Virgínia, nos Estados Unidos, ela prova. 

"O que você sente?", o Fantástico pergunta. "É uma satisfação. E meu corpo parece que agradece por ter dado a ele algo que precisava", diz a americana. 

Isso foi só o aperitivo. Ela volta para casa com a sacola cheia. Tereza tem 45 anos e dois filhos. Está desempregada, mora com o marido. É na cozinha da casa simples que ela prepara as pedras para comer. Só precisa de um martelo, que já está a postos. Quebra tudo em pedaços pequenos, para ficar mais fácil. Uma mordidinha com o dente canino esquerdo e vai mastigando, como se fosse um biscoito, um amendoim. 

Tereza não lava as pedras. Diz que a água tiraria o tempero natural delas. Mas tem algum sabor? "Tem sabor, sim. Não como uma bala ou outra comida. Apenas gosto de mineral e terra.", conta Tereza. 

Um gosto que ela quer compartilhar com a visita. Provar? O repórter Rodrigo Bocardi normalmente costuma experimentar, mas desta vez... Ela diz que é muito bom. 

Tereza não come só pedras. Alimenta-se normalmente no café da manhã, no almoço e no jantar. Gosta de hambúrguer e batata frita. As pedras são como um cafezinho, um pequeno vício de todos os dias. Ela nunca consultou um médico sobre esse estranho hábito, mas acha que tem uma doença. É a chamada alotriofagia, a vontade de comer coisas não comestíveis. 

“A alotriofagia é um termo médico para designar gente que tem o comportamentos de se alimentar ou comer coisas não usuais, não comestíveis, por exemplo: cimento, tijolo, argamassa,plástico, pedra”, explica o psiquiatra do HC-USP Táki Cordás. 

O Fantástico já mostrou uma caso semelhante ao de Tereza: o de uma jovem americana que ficou viciada em comer a raiz dos cabelos. O caso de Liz era tão grave que parte do couro cabeludo dela ficou careca. 

“Comer a raiz do cabelo me acalma, tranquiliza”, dizia Liz. 

Um sentimento parecido com o de Tereza. Ela assume que recorreu às pedras em momentos de depressão. 

“Eu me sinto feliz com isso aqui. Menos ansiedade. Eu me sinto melhor", diz Tereza. 

O psiquiatra diz que um desequilíbrio emocional pode ser a causa da alotriofagia. Outro motivo pode ser uma carência de nutrientes no corpo. O organismo tenta buscar esses nutrientes justamente nessas substancias: terra, tijolo. Obviamente que não vai conseguir, mas é uma resposta do nosso organismo a essa carência. 

“Depressão é um deles. Um transtorno que a gente chama de transtorno obsessivo compulsivo. A pessoa come essas coisas não usuais, não alimentais pra diminuir uma sensação de angústia que ela tem”, explica o psiquiatra. 

Tereza começou a comer pedras quando engravidou do primeiro filho, há 22 anos. Segundo o especialista Ricardo Fittipaldi, o hábito pode trazer riscos ao corpo dela. 

“Nosso estomago não tem a capacidade de digerir pedras. Pode causar úlceras, pode causar hemorragia digestiva, pode causar perfuração do estomago. Se não tratado, pode levar à morte”, alerta o médico gastroenterologista Ricardo Fittipaldi. 

Será que existe cura para casos como este? “O primeiro princípio do tratamento dessas pessoas é tentar tratar aquilo que você julga que levou a esse comportamento. E se esse comportamento ainda resistir com o tratamento, você pode aplicar técnicas comportamentais, técnicas psicológicas para tratar disso”, explica o psiquiatra. 

A filha caçula de Tereza, de 20 anos, já se acostumou com o vício da mãe. “Acho que ela pode fazer o que ela quiser e se ainda a deixa mais feliz, melhor”, disse a filha. 

“Mas você considera isso normal?”, pergunta o Fantástico. "Não é normal, não é uma coisa que eu faça. Mas para ela é natural. Minha mãe faz isso há 20 e poucos anos. Mais do que a minha idade", disse a filha. 

Tereza, tentando convencer a todos, diz: "Isso é muito bom." Foto: TV Globo - Fonte: Fantástico    

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