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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Falta de café da manhã atrapalha rendimento escolar


Tomar café da manhã parece não fazer parte da rotina de alguns estudantes, que até passam mal durante as aulas por falta de alimentação. É o que revela uma recente pesquisa, feita com professores do ensino fundamental em colégios particulares. De acordo com o estudo, 64% dos professores percebem que os alunos não se alimentam de manhã e 80% já presenciaram algum tipo de mal estar físico. Entre os tipos de males sentidos, estão tontura, dor de cabeça, náuseas, fraqueza, desmaio ou sensação de desmaio.

Dentro da sala de aula, 69% dos professores apontaram a desatenção como principal impacto deste hábito. Especialistas alertam que a falta de café da manhã compromete o aprendizado.

— Educação para alimentação tem que começar em casa. Estamos deixando para mais tarde esse papel. O café da manhã antes era a "refeição rei". Hoje, a criança tem que sair do sono para o estado de vigília em poucos minutos porque a van já está chegando e o café da manhã é feito rápido, com cardápio monótono — afirma o pediatra e nutrólogo da Unifesp Mauro Fisberg.

— O café é uma refeição importante para ingerir cálcio, ferro e vitaminas. Na Inglaterra, 20% das crianças que não tomam café da manhã têm rendimento escolar menor — aponta a nutricionista da USP Sílvia Cozzolino. As deficiências de cálcio, vitaminas e ferro são as principais causas de doenças como raquitismo e anemia.

Entre os alimentos mais consumidos de manhã estão o café (80%), pão francês (70%) e leite integral (68%).

— Iniciar o dia sem fonte de energia, frutas e derivados lácteo é deficiente. Tem crianças que ficam 16 horas de jejum. Com certeza, isso causará algum prejuízo ao organismo — diz Mauro Fisberg.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Ideafix Estudos Institucionais, em junho de 2012, encomendada pela Nestlé, com professores do 1º ao 9º ano, na capital paulista. Para 55% dos professores, a falta de refeição matinal é mais frequente entre os alunos com idades entre 11 e 14 anos. Segundo Mauro Fisberg, essa faixa etária tende a ser mais independente do controle dos pais em relação à alimentação. No ano passado, um outro estudo feito pelo instituto havia revelado que 90% dos pais não estavam satisfeitos com o café da manhã dos seus filhos e 91% gostariam que eles comessem mais frutas no desjejum.

Laís Aliberti , nutricionista da Unilever, lembra que o lanche levado na escola deve ter alimentos atrativos para o paladar. - A lancheira deve ter alimentos atrativos para o paladar e que ao mesmo tempo favoreçam seu estado nutricional. Desta forma, é muito importante acostumar às crianças a comerem frutas na hora do lanche - recomenda Laís. Para completar o valor nutricional, vale um sanduíche natural recheado com hortaliças (cenoura ralada, por exemplo), queijo, e frango ralado, por exemplo, é uma boa opção.

Os lanches podem ter uma composição parecida, independente se o aluno estuda de manhã ou no período da tarde.

— Os pais devem evitar colocar alimentos que tenham grande quantidade de energia e poucos nutrientes. Uma boa dica é estar sempre atento aos rótulos dos alimentos e evitar aqueles que apresentam gordura trans, gordura saturada em excesso e açúcar em excesso. Os doces não são proibidos, mas também não devem estar presente com frequência — ensina Laís. Da Agência O Globo

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