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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Bahia terá lista de espécies ameaçadas e definição de áreas para conservação

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) deu início à elaboração dedois novos instrumentos que irão contribuir para o planejamento e a tomada de decisão na gestão ambiental: a revisão das áreas prioritárias para a conservação e elaboração da lista de espécies ameaçadas. O anúncio foi feito para especialistas brasileiros em fauna e flora e técnicos da Secretaria e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
“Estes instrumentos são fundamentais para a tomada de decisão sobre o uso e a conservação da biodiversidade, contribuindo para uma gestão ambiental mais
eficiente. Esta ação complementa outras iniciativas de planejamento que a Sema vem desenvolvendo, como a elaboração dos Planos de Manejo de Unidades de Conservação e Planos de Bacias Hidrográficas”, considerou o diretor de Pesquisas Ambientais da Sema, Marcelo Araújo.
Entre os desafios para o avanço do projeto, o diretor apontou a inexistência de um banco de dados que reúna as informações sobre a biodiversidade no estado. “Um dos objetivos da oficina foi reunir pesquisadores que são referência para os estudos de fauna e flora, para definir estratégias de sistematização dos dados de pesquisas já realizadas”, pontuou Araújo. Segundo ele, a Secretaria, junto com os pesquisadores, avalia a melhor forma de reunir e disponibilizar estes dados, possivelmente por meio do Sistema Estadual de Informações Ambientais (Seia).
O coordenador do Centro Nacional de Conservação da Flora no Instituto de Pesquisa Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, Gustavo Martinelli, destacou que, na Lista Oficial da Flora Brasileira de Espécies Ameaçadas, constam 117 espécies que ocorrem na Bahia. Dessas, 47 são espécies endêmicas, exclusivas do estado. “Com estes dados, a partir da lista nacional, já se tem uma lista inicial. Temos aqui, nesta oficina, instituições de pesquisa e universidades de altíssimo nível, com conhecimento científico, o que é uma das bases para a elaboração de uma lista e definição de prioridades para conservação”.
Gustavo Martinelli elogiou a iniciativa da Sema e pontuou duas questões importantes para o planejamento: clareza nas informações sobre as espécies que apresentam risco de extinção e elaboração de um mapa com identificação do que são as áreas prioritárias, seja para conservação ou desenvolvimento. Segundo ele, o Centro poderá contribuir com estratégias para elaboração da lista baiana e disponibilizar o sistema desenvolvido pelo Jardim Botânico. “Precisaremos avaliar se o sistema precisará de alguma customização para essa escala regional”, adiantou.
Metodologia internacional – Representante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rosana Subirá falou sobre a importância dos estados criarem suas próprias listas. “Recomendamos que os estados utilizem a metodologia criada pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), pois as avaliações em todo o mundo são feitas dessa forma. Atualmente estamos elaborando a análise do risco de extinção da fauna brasileira e construindo um banco de dados nacional. Com essa parceria com a Sema, vamos disponibilizar para a Bahia todos os dados que tivermos sobre o estado”.
O evento contou com parceria da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Universidade Federal da Bahia (Ufba), Conservação Internacional e Instituto Dríades. A oficina também teve apoio da Coelba, Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Ministério do Meio Ambiente (MMA), além da participação de técnicos da Sema e Inema.

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