Previdência privada para crianças a partir de R$ 30

JOSÉ GABRIEL NAVARRO / http://www.jt.com.br/seu-bolso/

Cresce a preocupação das famílias com o futuro dos filhos, sobrinhos e netos, e a contratação de previdência privada para os pequenos está mais acessível. É possível manter um plano com contribuições mensais a partir de R$ 30, em bancos como Bradesco e HSBC. A contratação de planos de previdência para menores de idade nunca foi tão grande no País.

A conclusão vem de um levantamento realizado pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), que representa 104 organizações do setor.

De acordo com o estudo, o segmento voltado para crianças e adolescentes foi o segundo que mais cresceu na carteira das seguradoras no primeiro semestre deste ano, perdendo apenas para os planos individuais. A expansão foi de 19,21% na comparação com o mesmo período de 2011, conduzindo à marca dos R$ 960,2 milhões arrecadados.

Para responsáveis por planos para menores em grandes seguradoras do País consultados pelo JT, a maior parte dos contratantes opta por adquirir o produto financeiro para os filhos ao decidir abrir uma previdência para si mesmos, mas isso está mudando conforme os planos se popularizam.

“Em geral, a pessoa que contrata previdência para uma criança contrata também para ela própria. É o comportamento que predomina”, afirma a diretora de previdência e vida resgatável da Mapfre, Maristela Loffreda Gorayb. “No entanto, as campanhas têm sido de incentivo à contratação, inclusive para os executivos.”

Esse é o maior público-alvo da Mapfre, em que a contribuição mensal mínima para manter o plano para um menor é de R$ 100. “Quando a criança chega aos três anos, as despesas passam a ser maiores e, nesse momento, a família se dá conta de que precisa de planejamento para manter o padrão de vida”, explica Maristela.

Popularização

Na SulAmérica, onde dá para contratar previdência para criança contribuindo com R$ 50 por mês, a situação é outra. “Hoje está mais comum contratar previdência para o filho do que para si próprio. Primeiro pela consciência maior de pensar na educação a longo prazo, juntar dinheiro para uma faculdade privada ou para um intercâmbio, por exemplo”, conta a diretora técnica de pessoas e previdência da SulAmérica, Carolina de Molla. As taxas de administração na empresa variam de 1,5% a 2,5% ao ano.

Já a Bradesco Seguros, com contribuições mensais a partir de R$ 30, ganha espaço justamente entre quem não dispõe de tanto dinheiro e opta por garantir um futuro mais confortável para as crianças – 47% dos contratantes do Prev Junior, nome dado à previdência da empresa para a faixa de 0 a 24 anos, têm renda familiar mensal entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil, segundo o diretor executivo da Bradesco Vida e Previdência, Américo Gomes.

“Esses clientes costumam já ser segurados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Eles têm a preocupação de proteger os filhos até chegarem à maioridade. Não tenha dúvida de que vemos as pessoas, no geral, contratando previdência para os filhos e não para si próprias”, diz Gomes. Mais da metade (58%) dos beneficiados pelo Prev Junior tem entre 0 e 12 anos.

Outra instituição financeira que oferece planos para crianças com contribuição de R$ 30 por mês é o HSBC. Lá, a taxa de administração é de 3% ao ano. No Santander, há dois tipos de plano, ambos com aplicação mensal mínima de R$ 70. A taxa de administração varia entre 3% e 3,2% anuais.

‘Nova poupança’

Para o sociólogo Fábio Mariano Borges, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a previdência tem se popularizado porque a economia brasileira está mais estável e, principalmente, porque esse tipo de serviço financeiro vem substituindo a poupança, antes a única aplicação que os pais usavam para garantir recursos extras para os filhos no futuro (leia mais ao lado).

Borges está concluindo um levantamento sobre seguros, incluindo planos de previdência para crianças e adolescentes, encomendado por uma grande empresa do ramo.