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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

SC: Após atirar no traseiro de policial argentino e fugir, desempregado brasileiro é preso


Renan Antunes de Oliveira Do UOL, em Florianópolis
O desempregado paranaense Evandro Recalcati, de 29 anos, acertou dois tiros no traseiro de um policial argentino, desencadeando uma perseguição internacional que terminou com a prisão do brasileiro em Santa Catarina, às 8h30 de domingo.

O incidente começou na cidade argentina de Bernardo Irigoyen, que faz divisa seca com as brasileiras Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR). Todo caso se deu num raio aproximado de dois quilômetros e durou sete horas.
Ele disse que estava numa parada de ônibus à 1h30 da madrugada de domingo, no lado argentino. Policiais de lá suspeitaram dele e tentaram abordá-lo. Ele fugiu correndo. Um policial argentino disparou tiros para o alto. Recalcati, ainda na correria, sacou uma pistola e um revólver e atirou com as duas armas. Os policiais argentinos recuaram. Na fuga, um deles levou os tiros no traseiro.
Os colegas do ferido se dividiram. Uns o levaram para o hospital - ele foi medicado e passa bem. Os outros continuaram a perseguição, já em solo brasileiro (um protocolo entre as polícias das três cidades estabelece cooperação imediata).

Na sacada

A PM catarinense logo entrou na busca. Recalcati foi para uns matagais perto de Barracão, a quase um quilômetro dali. A PM e a Polícia Civil paranaense se juntaram à perseguição. Recalcati atirou também neles e continuou fugindo. Ninguém mais foi ferido.
Aproveitando-se da escuridão, e sempre a pé, Recalcati voltou para Dionísio Cerqueira. Na perseguição, ele deixou cair uma mochila com uma máscara, um revólver e munição. Ele vagou entre prédios no centro da cidade, perto da catedral, até esconder-se numa sacada. Por algumas horas, os policiais o perderam de vista.
O desempregado foragido ficou na sacada enquanto um casal de idosos dormia na casa, sem saber o que ocorria lá fora. Enfim, a polícia o encontrou. Ele se levantou do esconderijo, apontou a arma para si mesmo e ameaçou matar-se caso o prendessem.
Um tenente da PM catarinense o acalmou. Recalcati pediu para falar com a mulher. O tenente lhe emprestou um celular. Ele falou com ela e decidiu render-se. Antes, pediu garantias de vida e fez exigências, entre elas a presença do advogado Marco Haefliger. Atendido em todos os quesitos, Recalcati se entregou.

“Celebridade”

A história assim como está aqui foi contada por Recalcati numa entrevista para a Rádio Fronteira. Policiais argentinos e brasileiros confirmaram a versão dele. Na saída da sacada, ele já era tratado como celebridade local.
Na entrevista à radio, contou que fugiu dos policiais argentinos apenas porque ficou com medo de ser preso. Afirmou que só atirou porque atiraram nele primeiro. Para os tiros na polícia brasileira ele não deu nenhuma explicação, afirmou apenas que "foi no embalo".
Recalcati foi transferido para a cadeia de São Miguel do Oeste, porque a de Dionísio Cequeira está interditada. A polícia diz que ele tem ficha criminal. Ele não rebateu. O advogado disse que vai ignorar as acusações dos argentinos e defendê-lo apenas das acusações de tentativa de homicídio contra os policiais brasileiros, já que ele foi preso no Brasil. 

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