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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Dilma enquadra governo Alckmin. Segurança não é para fazer jogo de empurra


Até quarta-feira, o secretário de segurança pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, batia boca pela imprensa com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), enquanto policiais e cidadãos morriam executados por tocaias, em uma ação deflagrada pela facção criminosa PCC.

A presidenta Dilma (PT) ligou diretamente para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) na quinta-feira, para repetir a oferta de ajuda na contenção da escalada de violência e para acabar com as desavenças, por hora.

Nesta sexta-feira Alckmin declarou:

-Tenho tido com Dilma Rousseff um diálogo franco, generoso e aberto. Ontem conversamos duas vezes por telefone. As equipes tanto do governo do estado, da Secretaria de Segurança Pública, e da Administração Penitenciária, quanto do Ministério da Justiça vão na semana que vem estabelecer procedimentos nas várias áreas. Cabe as equipes técnicas definir quais parcerias podem ter mais eficácia - disse Alckmin.

As desavenças começaram com o secretário paulista declarando não querer ajuda federal, dizendo ser a polícia de São Paulo autosuficiente. Com a escalada de homicídios, começou a mudar o discurso, colocando culpa no governo federal pelas fronteiras, um velho subterfúgio dos tucanos paulistas. Por fim, mandou a revista Veja divulgar um ofício enviado ao ministério da justiça há 4 meses pedindo R$ 150 milhões para equipamentos, querendo desgastar politicamente o governo federal, como se não estivesse ajudando o estado, apesar de reiteradas ofertas de apoio, inclusive com tropas.

Detalhe 1: o ofício é uma lista de compras de equipamentos, que tem aparelhos de ginástica, carros blindados (coisa que as Forças Armadas poderia cooperar em operações pontuais, como fez no Rio de Janeiro) e até um avião não tripulado (Vant) de custo/benefício duvidoso para vigiar dos céus uma área urbana densamente povoada como São Paulo.

Detalhe 2: na proposta, o governo federal entraria com 98% do valor, enquanto o governo estadual tucano entraria com 2%, como "contrapartida".

Diante da proposta sem noção, e da agressividade via imprensa, ouviu o que não quis do ministro Cardozo: “Não sou Casa da Moeda para imprimir dinheiro, especialmente para quem tem. Eles pedem que a gente compre blindados, equipamento de ginástica. Vamos e venhamos, 150 milhões de reais para o estado de São Paulo, com o orçamento que tem, é nada. O governo vai destinar recursos  para comprar equipamento de ginástica para São Paulo? Qual é a lógica disso?”

Cardozo disse que Alagoas, estado governado pelo PSDB, apresentou diagnósticos detalhados dos problemas e, após parcerias com o governo federal, conseguiu controlar a taxa de homicídios.

No caso de São Paulo não houve pedido para que fossem feitos projetos específicos de combate ao crime organizado, e sim a mera entrega de uma lista de compras no valor de 150 milhões de reais. O ministro ainda havia dito que São Paulo rejeitou em junho as conclusões de um relatório do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) que detalhava as atividades do crime organizado na região.

A Secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki, propõe uma ocupação com tropas federais da Favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, nos moldes do que foi feito no Complexo do Alemão, no Rio, em novembro de 2010.
"É uma crise. A gente estanca a crise e sai de lá, porque entende a autonomia e a competência do Estado (...) A ocupação de Paraisópolis poderia ser uma alternativa porque a cidade não para. Possivelmente, para colocar 600 policiais lá, você vai tirar de algum lugar."

Sobre fronteiras, o Ministério da Justiça havia emitido nota rebatendo:

"... é inaceitável, além de inverídica, a afirmação de que a elevação da violência em São Paulo deriva do descontrole nas fronteiras. O Plano Estratégico de Fronteiras, lançado em junho de 2011, sob coordenação da Vice-Presidência da República, tem resultados positivos mensuráveis: desarticulou mais de 50 organizações criminosas transnacionais, apreendeu mais de 227 toneladas de drogas, 9 milhões de pacotes de cigarro, 145 mil garrafas de bebida e 1.171 armas de fogo, além de prender mais de 7,5 mil pessoas em flagrante. No mesmo período em que a violência sobe no Estado de São Paulo, em outros, o nível de violência caiu, como no caso de Alagoas, que teve redução de 10% de crimes violentos, sendo 20% somente em Maceió, e 83% de resolução dos inquéritos, em apenas quatro meses da atividade conjunta entre o governo do Estado e o Ministério da Justiça." De Os Amigos do Presidente Lula

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