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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Noivo que morreu na festa de casamento demorou a ser atendido, afirmam parentes


A família do sargento da Marinha Fábio dos Santos Maciel, que morreu na madrugada desta segunda-feira (19) após tropeçar e ter sua veia femoral perfurada por um copo de vidro em seu festa de casamento, disse nesta terça-feira (20) que houve negligência no atendimento médico a ele. As informações são do "RJTV", da TV Globo. Após o acidente, familiares o levaram para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Cocotá, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro, a cerca de três quilômetros de onde ocorria a festa. Lá, foram informados que a UPA não tinha recursos para socorrê-lo. O sargento, então, foi levado para o hospital municipal Paulino Werneck, também na Ilha do Governador, percorrendo mais dois quilômetros. Segundo Antonio Salazar, cunhado da vítima, Fábio chegou com vida ao hospital, mas houve demora no atendimento. "Os médicos estavam descansando e não fizeram nada. Foi preciso que um outro colega deles chegasse e fizesse um alvoroço lá dentro", disse. A secretaria municipal de Saúde afirmou que o militar já chegou morto ao hospital. A Folha tentou contato com os parentes, que não quiseram falar sobre o caso.

ATENDIMENTO IMEDIATO 

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Calogero Presti, um atendimento correto de primeiros socorros é determinante em caso de uma lesão na veia femoral, como ocorreu com o sargento da Marinha Fabio Gefferson Santos Maciel, de 33 anos.
"A veia femoral fica muito perto da pele na região da virilha e é de grande fluxo sanguíneo. Se a pessoa sofrer um corte profundo e não for socorrida de forma correta, pode perder cerca de 5 litros de sangue em poucos minutos", afirmou. Segundo Presti, dificilmente um leigo poderia fazer o procedimento correto. "Esse tipo de corte é chamado lesão penetrante e deve ser feita uma compressão no local. A veia femoral, que fica ao lado da artéria femoral, quando perfurada esguicha muito sangue e quem não tem experiência dificilmente vai ter condições psíquicas para agir da maneira correta, pois se assusta." Ainda segundo Presti, neste caso, o torniquete --sutura com um pano em volta de um ferimento para estancar uma hemorragia-- não é recomendado, pois pode romper outros vasos e aumentar o sangramento. Após a compressão, a vítima deve ser socorrida para uma emergência hospitalar, em no máximo 30 minutos. "Esse é um tipo de cirurgia muito comum. A maioria dos acidentes de trânsito, ou em brigas com perfurações de facas, estiletes e até mesmo acidentes domésticos perfuram veias e artérias. Assim que o paciente entra no centro cirúrgico é feita uma transfusão sanguínea e a veia é suturada. Se não houver mais complicações, a sobrevida é certa". O enterro do militar deverá ocorrer nesta quarta-feira (21), em Manaus, onde residem seus familiares. (BRUNA FANTTI)

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