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sábado, 23 de março de 2013

Importação de cacau preocupa produtores baianos: ‘Já chegou até homem morto na embarcação’

Os impactos sociais no sul da Bahia, a redução no preço do cacau brasileiro e até os riscos à saúde estão entre os argumentos dos produtores de cacau do estado para que maiores cuidados sejam tomados na importação do produto no país. Segundo o presidente do Instituto Pensar Cacau (IPC), Águido Muniz, as importações foram importantes em um tempo em que a produção interna não supria o mercado local. “Se as importações forem necessárias, que sejam feitas mediante uma autorização do governo diante de uma previsão de safra”, defende. Na sua opinião, o produto oriundo da África sofre desconfiança. “Não existe uma fiscalização rígida em países como Gana e Costa do Marfim, e esse cacau chega aqui com insetos vivos e outras pragas exóticas. Na última carga, dia 5, tinha até um homem morto junto com as amêndoas”, conta. Águido também se diz preocupado com a queda dos preços do cacau brasileiro, já que as importações em excesso fariam o produto sobrar e o que seria pago pelo produto local não cobriria os custos de produção. No entanto, a queda de preços do cacau brasileiro não teria como acarretar na redução do preço dos ovos de páscoa, alega o Presidente da Câmara Setorial do Cacau, Durval Libânio. “O consumidor não ganha com isso. O preço dos ovos de páscoa subiram 13%, o fato de o cacau [brasileiro] ter caído [valor] não impactou no preço do ovo de páscoa. O brasileiro tem preferido chocolates com maior teor de cacau, e isso pode ser uma justificativa para o aumento do preço do ovo de páscoa, apesar de esse tipo de chocolate representar 12% do que é consumido aqui”, afirma. A população dos 93 municípios ligados à produção cacaueira, como Ilhéus e Itabuna, também sente os impactos do cenário atual. “Como o que é pago pelo cacau aqui não paga os custos de produção, a consequência é o desemprego, êxodo rural, muita gente do campo migrará para a cidade e lá eles não serão mão de obra qualificada, o que se torna um problema grande”, diz Águido Muniz. (Bahia Noticias).

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