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terça-feira, 30 de abril de 2013

Estudante amputa a perna após ser atropelada por bêbado


Eduardo Schiavoni*Do UOL, em Americana (SP)
Uma estudante de administração de 18 anos teve a perna amputada após ser atropelada em frente a uma padaria na manhã de domingo na avenida Paulista, em Americana (127 km de São Paulo). O publicitário Ricardo Guimarães, 32, que dirigia o carro, apresentava sinais de embriaguez.
Depois do acidente, ele chegou a entrar em um mercado, que fica em frente ao local, e comprou um isotônico e barras de chocolate. Na versão de testemunhas, ele teria dito que queria baixar seu teor alcoólico com os produtos. Ele foi detido por populares até a chegada da polícia e foi preso, mas acabou liberado após pagar a fiança, estipulada em R$ 67,8 mil. Ele irá responder por lesão corporal culposa em liberdade. A pena pode chegar a quatro anos de prisão.

Por volta das 8h30 do domingo, duas estudantes estavam sentadas em uma mureta em frente a uma padaria quando foram atingidas por um veículo Citroën C4, conduzido por Guimarães. Meire foi socorrida ao Hospital de Clínicas da Unicamp e precisou ter uma das pernas amputadas, no entanto, segundo a assessoria de imprensa do hospital, está com o quadro estável, mas ainda sem previsão de alta. A outra estudante, Tamiris Aparecida Paula, 19, teve ferimentos leves e foi encaminhada ao Hospital Municipal de Americana. Ela já foi liberada.

A família da jovem declarou que pretende entrar com uma ação indenizatória contra o empresário e que acha "inadimissível" o fato de ele não ficar detido. "Como um cara atropela alguém e vai tomar suco? Ele está lá, de boa na casa dele, e minha irmã está sem as pernas", disse Márcio de Lima, irmão da jovem.

As jovens haviam tomado café da manhã na padaria e sentaram na mureta em frente ao local para aguardar colegas antes de irem realizar um trabalho de faculdade. Logo após o acidente, ele foi ao mercado.

Segundo Edclei Pereira, proprietário do comércio, a situação causou revolta. "Ele foi direto na geladeira e pegou o isotônico, depois passou no caixa e pegou um chocolate. Ele ficou sentado no banco, passando a mal na cabeça, parecia bem nervoso. Ele parecia estar bêbado, ele cambaleava um pouco e estava com cheiro de álcool", disse.

Os guardas encontraram Guimarães dentro do mercado e, segundo consta no Boletim de Ocorrência, ele teria dito que havia ingerido bebida alcoólica com amigos e quando se dirigia para casa e dormiu ao volante.

O delegado Robson Gonçalves de Oliveira, que atendeu a ocorrência, disse entender que o caso se configurava como culposo, mas determinou a fiança máxima, equivalente a cem salários mínimos. "Nos meus 20 anos como delegado, foi a mais alta fiança arbitrada porque tive notícia de que ele tinha recursos. A gente arbitra o valor para que sinta o reflexo do seu ato", disse.

O delegado informou que durante o depoimento formal o motorista usou o direito constitucional de ficar em silêncio, mas por ter se recusado em fazer o teste do bafômetro, passou por exame clínico no IML (Instituto Médico Legal) em que o médico constatou sinais de embriaguez. Ele também foi submetido a exame de sangue e urina, que devem ficar prontos em até 40 dias.


Outro lado

A reportagem entrou em contato com Ricardo Guimarães na tarde de ontem. Ele atendeu à ligação mas, tão logo a reportagem se identificou, a ligação foi interrompida. As tentativas de contatos feitas depois disso cairam na caixa postal. O advogado de Guimarães, João Carlos Linea, também foi procurado, mas as ligações não foram atendidas. 

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