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terça-feira, 18 de junho de 2013

O insuflador geral de revoltas

Parte da gigantesca manifestação do Rio se dirigiu para a Alerj — Assembleia Legislativa do Rio. E ali o pau comeu. Vândalos tentaram invadir o prédio e promover quebra-quebra. Os pichadores entraram em ação. A polícia teve de recorrer a bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral e a spray de pimenta para espantar os manifestantes. Essa turma fez, em suma, aquilo que vinha sendo a rotina das manifestações em São Paulo, inclusive na última quarta-feira.

E, aí, vejam vocês, o tom da GloboNews mudou completamente. Leilane Neubarth, nesse caso, lembrou que a Alerj “é um patrimônio do Rio e do Brasil”. Rodrigo Pimentel, o especialista em segurança da Globo, que elogiara havia pouco a PM do Distrito Federal por não ter reagido à invasão do Congresso (havia cartazes convertidos em tochas), disse que há coisas que a polícia não pode tolerar: invasões, depredações… Vai ver isso só vale para o Rio. Já em São Paulo…

Quem quiser que recorra aos arquivos que ficam nos sites noticiosos. Até ali, a GloboNews se caracterizou por uma cantilena de elogio aos manifestantes, especialmente de São Paulo, e de censura nada velada à polícia. Alguém que ignorasse os fatos e ouvisse aquele conversê todo ficaria com a impressão de que a PM de São Paulo, na quinta, reprimiu um grupo de pacíficas normalistas. Evidentemente, é uma informação falsa como nota de R$ 3.

Neste momento, há pessoas pondo fogo em papéis e cartazes na porta da Assembleia, que tem a fachada depredada. Uma professora universitária — mais uma naquele cipoal de “especializas no próprio pensamento” que dão plantão na GloboNews — diz uma frase que guardarei para uma antologia que estou fazendo. Prestem atenção: “Isso [a depredação] faz parte de uma certa desordem de algo que deu tão certo”. Não sei o que quer dizer. Mas deve querer dizer alguma coisa.

Chamo a atenção dos leitores para o fato de que, em São Paulo, nas quatro vezes em que a PM foi obrigada a intervir, foi justamente para impedir manifestações como a que se vê em frente à Alerj. Há um carro virado perto da Assembleia, que foi incendiado.

Não me diga!
Rodrigo Pimentel disse que, se existem manifestantes que carregam coquetel molotov, é sinal de que eles não têm boas intenções. Não me digam!
Achei que aqueles depredadores todos de São Paulo, que foram reprimidos pela PM, fossem pessoas bem-intencionadas. Por Reinaldo Azevedo

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