Foto: Divulgação
A Odebrecht teve que criar um esquema de corrupção a partir de obras no exterior para abastecer a diretoria de Operações Estruturadas, área responsável pelo pagamento de propinas dentro e fora do Brasil, afirmaram delatores da empresa. De acordo com a Folha de S. Paulo, executivos da empreiteira classificaram os desvios como um setor de "geração", usado para abastecer o setor de pagamentos ilícitos. Cerca de 90% dos recursos destinados ao pagamento de propinas teriam sido produzidos por um modelo utilizado em obras em outros países, o que evitaria o rastreamento dos valores. A informação foi confirmada por Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa, ao ministro Herman Benjamin, responsável pelo processo de cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Nós criamos um processo onde, por planejamento fiscal - a maior parte feito fora do Brasil, em países em que você podia fazer esse tipo de planejamento, porque não era crime - nós fazíamos a geração de recursos", contou Marcelo. "Esses recursos eram colocados, então, em empresas de terceiros. E alguns empresários da organização podiam se utilizar para fazer pagamentos não contabilizados, incluindo caixa 2 e tudo. E alguns deles se usavam disso para fazer propina", detalhou. De acordo com a explicação dos executivos, a empresa realizava contratos fictícios com prestadoras de serviços no exterior, em que se reduzia a margem de lucros e impostos a serem pagos. A empreiteira teria utilizado ainda outras formas de gerar recursos extras, como vender papéis no mercado com um prejuízo fictício. BN
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