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domingo, 18 de março de 2018

Caso Marielle revela existência de esquadrões da morte na PM

© Fernando Frazão/ Agência Brasil
Para jornalista, na morte da vereadora há um sentido político por causa da sua história combativa

A morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) coloca o Brasil sob pressão na Organização das Nações Unidas (ONU) e diante da comunidade internacional, após ser apontado como o local com maior número de execuções de ativistas de direitos humanos. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que autoridades brasileiras ignoraram comunicados sigilosos da ONU sobre ameaças contra ao menos 17 ativistas.

As informações fazem parte de cartas confidenciais obtidas pelo jornal. Nenhuma foi respondida. Procurado pela reportagem, o Itamaraty não se manifestou.

"Nos últimos 15 anos, o Brasil tem assistido ao maior número de assassinatos de ativistas ambientais e de terra em todo o mundo, chegando à média de uma morte por semana. Os povos indígenas estão especialmente ameaçados", denunciaram relatores das Nações Unidas em uma carta em 2017.

Em meio às desordens no Brasil após o assassinato da vereadora e ativista Marielle Franco, o jornalista Beto Almeida contou na entrevista à Sputnik Mundo o que pode estar por trás destes crimes."É um assassinato muito simbólico que tem mensagens múltiplas porque revela que dentro da Polícia Militar do Rio de Janeiro funciona um esquadrão da morte de estilo mafioso", afirma.


"Tratam de vários assuntos, incluindo aqueles ligados à economia, bem como à distribuição de água mineral, controle da televisão por cabo nos bairros populares com financiamento ilegal e tráfego de drogas. Há uma penetração do crime organizado no setor policial para retirar benefícios disso", adicionou ele.

Para Almeida, na morte da vereadora há um sentido político por causa da sua história combativa, por ela ser dedicada e ter nascido na favela, ser vítima do racismo e violência durante toda a sua vida. Também o assassinato revela uma disputa entre os setores na esfera de segurança pública para dizer que a intervenção das forças armadas tem que parar.

"Este assassinato funciona como uma espécie de provocação para mergulhar o país no caos, fazendo com que os setores de segurança pública se enfrentem, para assim, por exemplo, criar uma confusão política e administrativa que pode também ter por objetivo adiar as eleições", frisou o jornalista na entrevista à Sputnik Mundo.

Beto Almeida opina que Marielle Franco "foi assassinada por meio de um golpe sob o comando de Michel Temer", lembrando que nos últimos meses foram assassinadas dezenas de pessoas. Nesta semana, por exemplo, foi morto o líder comunitário ecologista no Pará, na Amazônia, que denunciou a contaminação das águas causada por uma empresa norueguesa e assassinato de ativistas do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Com informações do Sputnik Brasil.

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